Cirurgias e procedimentos

Vitrectomia

Vitrectomia é uma microcirurgia realizada no olho, que aborda a parte posterior do globo ocular incluindo vítreo e retina. Nessa cirurgia é realizada a remoção do humor vítreo (componente gelatinoso que preenche a cavidade posterior do olho) e são utilizadas diferentes técnicas e diferentes instrumentos para cada uma das doenças que se deseja tratar. Dentre as doenças tratadas com vitrectomia podemos citar hemorragia ou sangramentos no vítreo, buraco macular, descolamento de retina e presença de membranas epirretinianas. 

A cirurgia é realizada com anestesia local e sedação, com o paciente geralmente recebendo alta no mesmo dia.

O pós operatório da vitrectomia exige repouso e colaboração do paciente, portanto é de extrema importância esclarecer todas as dúvidas e receber uma boa orientação médica.

Laser para Triquíase

Esse procedimento utiliza o laser de argônio para a técnica de termoablação. Ocorre a destruição do folículo piloso anormal pelos efeitos da fotocoagulação e fotovaporização dos raios laser. Dessa forma o pelo não nasce mais naquele local, sendo uma forma de tratamento definitiva. Entretanto, esse tratamento é indicado em caso de triquíase com poucos cílios dispersos. 

Em caso de área maior e restrita pode ser indicado intervenção cirúrgica como ressecção ou excisão lamelar anterior, geralmente realizada pelo especialista em plástica ocular. 

O tratamento da triquíase com epilação com pinça é simples e eficaz, mas as recorrências dentro de poucas semanas é frequente.

Fotocoagulação a laser

O laser verde é um tratamento que consiste na emissão de um feixe de luz que atinge a retina. O feixe de luz atinge o epitélio pigmentado da retina, aonde se converte em energia térmica causando coagulação e cicatrização do tecido. 

A indicação para usar esse tratamento se deve à necessidade de tratar áreas isquêmicas (que estão sem oxigenação) ou áreas com neovasos na retina. As áreas tratadas pelo laser diminuem a formação de VEGF, que por consequência diminui o estímulo de formação de neovasos e suas complicações. O laser pode também ser feito para destruir os neovasos já formados. 

A aplicação pode ser focal (em uma região específica) ou em toda a periferia retina (panfotocoagulação).

A fotocoagulação é feita no paciente com a pupila dilatada e o procedimento é realizado sob anestesia tópica (colírio). Pode causar algum desconforto, em geral bem tolerado.

As principais doenças da retina que usam o laser como tratamento são: Retinopatia diabética, oclusões vasculares e degenerações retinianas periféricas como lattice, comuns em alta miopia.

Yag Laser

O Yag laser é um laser fotodisruptor. Ele é utilizado para procedimentos como capsulotomia e iridotomia. 

A Capsulotomia posterior é um procedimento a laser, que pode ser indicado em pacientes que já realizaram cirurgia de catarata e tiveram opacificação da capsula posterior. A capsulotomia utiliza o laser para abrir um pequeno buraco por onde a luz volta a passar com clareza em direção a retina e o paciente melhora a visão. A iridotomia é a abertura de um microburaco na periferia da íris que permita a passagem do humor aquoso entre a câmara anterior e posterior. O objetivo desse procedimento é evitar o aumento da pressão intra-ocular em olhos em que o ângulo (local onde é drenado o humor aquoso) é estreito.

Capsulotomia

Capsulotomia posterior é um procedimento a laser, que pode ser indicado em pacientes que já realizaram cirurgia de catarata e tiveram opacificação da capsula posterior. Com esse procedimento o paciente que estava enxergando com dificuldade volta a ver as imagens claramente. 

Quando é feita uma cirurgia de catarata, o cristalino (lente natural do ser humano) do paciente é retirado e substituído por uma lente intra-ocular. Essa lente é colocada no lugar que se encontrava o cristalino, dentro do chamado saco capsular. Após alguns meses ou anos, esse saco pode ser tornar opaco, e causar embaçamento da visão. A capsulotomia utiliza o laser para abrir um pequeno buraco por onde a luz volta a passar com clareza, atingir a retina e o paciente melhora a visão. 

Cirurgia Refrativa

A cirurgia refrativa é a cirurgia para a correção de miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo e tem como objetivo eliminar ou reduzir a necessidade de óculos e/ou lentes de contato. É uma das áreas da Oftalmologia em constante atualização e é considerada muito segura e previsível. 

Para saber se uma pessoa pode ser submetida a essa cirurgia, é necessário que ela passe por uma avaliação criteriosa com um médico oftalmologista especialista em cirurgia refrativa. 

O ideal é que o paciente tenha mais de 18 anos e sua ametropia (grau) esteja estabilizada há mais de um ano. 

Além do exame oftalmológico completo, são necessários alguns exames complementares a fim de avaliar a saúde ocular, em especial da córnea.  O oftalmologista orientará quais os exames necessários para cada paciente e qual a técnica cirúrgica mais indicada em cada situação. 

Injeção Intravítrea

Esse procedimento revolucionou o tratamento de degeneração macular e dos edemas maculares. Consiste na aplicação de medicação na região do olho composta pelo vítreo (humor vítreo), através de uma agulha extremamente fina. Procedimento indolor, realizado em centro cirúrgico, dentro das mais rigorosas práticas de assepsia e sob cuidados de equipe anestésica.

É realizado sob anestesia tópica com sedação e apresenta baixo índice de complicações. 

Os medicamentos utilizados são:
Anti-angiogênicos – moléculas que bloqueiam o fator de crescimento vascular endotelial, portanto combate o estímulo à proliferação de neovasos na retina, que geram sangramentos e edema. Utilizados frequentemente no tratamento da Degeneração macular relacionada a idade, Retinopatia diabética e Oclusões vasculares. São eles: Bevacizumabe (Avastin®), Ranibizumabe (Lucentis®), Aflibercept (Eylea®) e Brolucizumab (Vsiqq®). 
Cortióides: Combatem os fatores inflamatórios que também estimulam o vasamento de fluido e a diminuição da visão. Podem ser usados para combater o edema macular nos casos de Diabetes e Oclusões vasculares. Ex: Triacinolona e Ozurdex®.
Antibióticos e antifúngicos: usados para o tratamento de infecção intra-ocular conhecida como endoftalmite.

Plástica ocular e vias lacrimais

Plástica ocular e Vias Lacrimais é a subespecialidade da oftalmologia que aborda doenças que acometem as pálpebras, órbita, glândulas e sistema lacrimal. Em geral é uma subespecialidade que envolve procedimentos cirúrgicos como os envolvidos para correção de excesso de pele nas pálpebras (blefaroplastia), correção de queda da pálpebra (correção de ptose palpebral), abertura do canal lacrimal parcialmente ou completamente obstruído.

Além de cirurgias há tratamentos mais conservadores como aplicação de toxina botulínica e epilação a laser para triquíase.

Contamos com sub-especialistas em plástica ocular na nossa equipe e trabalhamos em busca de excelência nos resultados cirúrgicos.. 

Catarata com implante de lente intra ocular

A catarata é uma doença causada pela perda de transparência do cristalino, lente natural do olho, muito importante para uma boa visão. O processo natural do envelhecimento ocasiona a progressiva opacidade e endurecimento do cristalino, assim os raios luminosos não conseguem atingir plenamente a retina, causando embaçamento visual. A evolução costuma ser lenta e a doença pode afetar primeiro um dos olhos e só mais tarde o outro.

A principal causa da catarata é o envelhecimento. Mas pode também ocorrer secundária a trauma ocular, uso de medicamentos como corticoides, inflamações intraoculares, ou ao nascimento, chamada catarata congênita.

Os sintomas são: visão nebulosa, enxergar brilhos e halos, sensibilidade a luz, dificuldade para ler, dirigir, Visão dupla, podendo evoluir para visão de vultos e até cegueira.

O diagnóstico é feito pelo exame oftalmológico minucioso feito por um médico oftalmologista.

O único tratamento para catarata é a cirurgia. É uma cirurgia feita sob anestesia local, em que o cristalino danificado é substituído ATRAVÉS DE MICROINCISÕES, por uma lente artificial que recupera a função perdida. É possível implantar lentes especiais (MULTIFOCAIS, TÓRICAS, FOCO EXTENDIDO) que permitem eliminar os óculos para longe e, em alguns casos, os óculos para perto.

 

Cirurgia de Pterígio

O pterígio ou popularmente conhecido como “carne crescida” é uma degeneração da conjuntiva (membrana transparente que recobre o branco do olho ou esclera) que faz com que ela cresça para o centro do olho e atinja algumas vezes a pupila, de maneira a afetar a visão.

Muitas vezes, antes mesmo de atingir a pupila, o pterígio causa uma queda na visão, por provocar uma irregularidade e astigmatismo na córnea.

Diversas técnicas tem sido descritas para o tratamento dessa condição, mas devemos considerar suas alta taxa de recorrência.

Cirurgia de Calázio / Injeção Intralesional de triancinolona

Calázio é quando o popular terçol não é resolvido satisfatoriamente através de compressas e medicamentos e se transforma em uma fibrose (tumoração arredondada e endurecida na pálpebra). Neste caso o tratamento deve ser feito através da injeção intralesional de substância que pode fazer o calázio regredir ou através da cirurgia tradicional, na qual um corte é feito por dentro da pálpebra para retirada da fibrose.

Cirurgia de Glaucoma

Glaucoma, ao contrário do que muitos pensam, não é o aumento da pressão intraocular. Glaucoma ocorre quando o nervo óptico está perdendo fibras nervosas, ou seja, morrendo. O principal fator que faz isso acontecer é sim o aumento da pressão intraocular. Mas existem pessoas que têm a pressão alta e não tem glaucoma (o nervo não está morrendo. Neste caso o paciente é chamado de hipertenso ocular) e casos de pacientes que têm a pressão normal ou até mais baixa e tem glaucoma (o nervo está morrendo. Neste caso o paciente tem o chamado glaucoma de pressão normal – GPN).

O tratamento do glaucoma é feito na grande maioria dos casos apenas com o uso de colírios que reduzem a pressão intraocular. A pressão deve ser baixada para um nível em que não ocorra mais lesão do nervo óptico (detectada através de exames como o campo visual, retinografia e OCT).

Este nível pode variar de paciente para paciente e é tratado com diversos colírios (associação de várias drogas). Quando, mesmo tentando o uso de várias drogas, a pressão não baixa para um nível suficiente (os exames continuam mostrando piora da doença), a cirurgia anti-glaucomatosa torna-se necessária. A cirurgia convencional mais comum realizada para tratamento de glaucoma é a trabeculectomia com Mitomicina C e ainda é considerada a cirurgia padrão em todo o mundo para os casos de glaucoma que não respondem a tratamento clínico.